A parte sentimental (e poética
;]) do blog é minha, como já deu pra perceber. Carlinhos chega com o animado, a
narrativa que faz vocês se sentirem no nosso lugar. E eu chego com a carga
subjetiva, emocional das nossas experiências. E tá acabando, tá acabando.
Pra mim falta um mês, Carlos vai
levar sua monografia até Chihuahua e só volta pro BR em dezembro. Deixaremos de
ser chilangos. O fim se aproxima.
Com essa proximidade do fim, os
sentimentos chegam fortes e percebemos coisas do intercambio pela primeira vez,
vemos sob outra perspectiva, com sensibilidade e nostalgia.
Chegamos aqui sozinhos, porque
queríamos viver algo novo. Mudanças ou mesmo uma breve fuga da realidade, e
claro, viver algo inesquecível. Chegamos sozinhos porque queríamos estar
sozinhos e essa ideia não nos intimidava. Chegamos todos sozinhos e assim nos
unimos. Formamos uma comunidade, uma família. Nos apoiamos, nos sentimos em
casa. E não importa se você não se sinta confortável no seu quarto compartido,
que não haja organização no teto em que você vive. A vida aqui tá fora do
conforto de um teto, de uma roupa de cama limpa ou uma boa refeição. A sua casa
aqui é cada coisa nova que você vive, cada pessoa nova que você conhece, cada
novo irmão que você faz.
A sua vida aqui é outra, não
espere manter seus hábitos, tudo vai mudar. E você vai adorar isso, a desordem,
a incerteza. O mundo se despedaça. E você cria o seu próprio. Sim, há vezes que
vai sentir falta dos seus antigos costumes, seus amigos e família, obvio. Seus
refúgios, uma volta de skate na lagoa, uma trilha no meio da mata atlântica, um
fim de tarde na praia com os amigos, altinha, bar da cachaça, a boemia da Lapa.
Mas tudo isso aqui fica levemente
esquecido pelo êxtase de viver novas experiências, com a intensidade de não ter
nada e ter tudo ao mesmo tempo. A materialidade se desfaz, os valores mudam. O
Intercambio te transforma e nada vale mais que isso. Os amigos que você faz,
fraternidade que cruza fronteiras, e por favor, tente guarda-los com o tempo, o
que vivemos juntos cria laços que aqui parecem forte e a distancia pode dar
esse medo de perder tudo, mas agradeçamos à internet desse mundo glocal e não
nos esqueçamos.
Aos meus amigos-família de
intercambio,
Obrigada pelos momentos, braços e
abraços, festas e infinitas risadas juntos. Nos vemos pela linda terra de nossa
América Latina.
Um abraço forte com todo o meu
amor.
O dia do churrascão brasileiro, família mexico, colombia, chile, argentina e brasil |
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