terça-feira, 23 de junho de 2015

Acapulco, Guerrero.

Por Carlos Coutinho.

Vinte e dois amigos numa van...e vamos todos a Acapulco! E assistindo no caminho, claro, os três episódios de Chaves em Acapulco. Dia 15 de maio, voltamos a encontrar o Oceano Pacífico, agora no estado de Guerrero e conhecer o lendáaario balneário onde Chaves passou suas férias. Acapulco, como me haviam avisado todos os mexicanos, não é nem de perto a praia mais linda do México, mas o simbolismo daquele lugar faz com que seja impossível não visitar, e acabar se amarrando em tudo.

Primeiramente, fazia um calor do caramba, ou melhor, um mormaço. Ficamos num hotel econômico e barra pesada, mas ninguém aqui se preocupa com nada haha. No primeiro dia, já fomos à praia La Condesa, a mesma do Chavinho. E é claro que a primeira coisa que eu fiz foi conhecer o hotel Emporio, onde foram gravados os episódios tão lembrados por todos nós até hoje. E numa hora eu e minha amiga argentina Majo conseguimos entrar no hotel e tudo, mas logo depois expulsos pois notaram que a gente tava bem maravilhado com tudo - e mal vestidos haha. O hotel mudou muito, foi construída uma torre que diminui a piscina e tirou o tobogã, o restaurante é muito mais moderno. Mas nem por um momento deixou de ser um lugar inesquecível de ser visitado.

De noite, fomos à que talvez tenha sido a noite mais louca de todo o intercâmbio. Esquece o spring break de Cancún. Teve gente subindo no palco pra fazer concurso de strip tease, caras. Eu jamais sou uma dessas pessoas. Eu jamais sou quem ficou bêbado e precisou de ajuda pra voltar pro hotel. MARINA, cadê minha carteira?? Sem dúvida nenhuma a balada mais louca de todas foi no Lobster Bar, na beira da praia. E como éramos 22, pagamos só 100 pesos por um open bar. :')
Todo o último parágrafo foi mentira, a gente foi por causa do Chavinho mesmo.



Playa La Condesa

A pedra que o Sr. Barriga mostra ao Chaves quando eles estão na sacada do hotel Emporio.



As ondas nunca amigáveis do Pacífico.

Topless argentino oh yes

Quantas vezes...como agora...

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Uma aventura chamada Guatemala.


O McDonald's mais bonito do mundo está na Antigua Guatemala

Torre del Reformador, o "cartão postal" da capital da Guatemala

Bodes no meio do centro da Cidade da Guatemala. Sim, é possível.
Centro Cívico da Cidade da Guetamala: o Banco Nacional, a Biblioteca Nacional, e mais atrás, o Ministério do Turismo.


Protesto contra a expansão da indústria em terras indígenas no interior do país.

21 de abril de 2015: Palenque, Chiapas, 635 quilômetros da Cidade da Guatemala.
Todo mundo seguiu pra Cancún, Marina seguiu de volta pra Cidade do México, finalmente tinha começado a parte do mochilão do "eu-sozinho", agora éramos eu e eu mesmo, no que talvez tenha sido a maior aventura desses meses de intercâmbio no México: sair dele.
Era sábado à noite, e tudo que eu queria era dormir, conhecer Chiapas foi sensacional, mas cansativo. Peguei o ônibus em Palenque em direção a Tapachula, a cidade fronteiriça entre México e Guatemala, ainda no estado de Chiapas. Todos as rotas do Google diziam que seria um caminho que duraria 7 horas...durou umas 15 horas chegar até Tapachula, o ônibus fazia muitas, muitas paradas. Saí de Palenque às 9 da manhã de domingo, cheguei em Tapachula à meia-noite.

22 de abril de 2015: Tapachula, Chiapas, 289 quilômetros da Cidade da Guatemala.
Cheguei em Tapachula à meia-noite e os ônibus com direção à Guatemala saíam apenas às 6 da manhã. Dormi na rodoviária de Tapachula e acordei com uma coberta verde que eu tenho quase certeza que foi uma tia que deixou. E quando chegamos perto da fronteira, horas depois, um carro estava queimando na estrada. Eu pensei logo que era barricada de traficantes, pois carioca, mas parece que não se tratava disso, era só um carro com mercadorias. O que pegou foi que o motorista parou simplesmente pra ficar olhando o carro queimar. Como se a viagem já não fosse longa o bastante...aí ficamos, mais ou menos uma hora, vendo o carro pegar fogo.

A fronteira. 285 quilômetros da Cidade da Guatemala.
Perigosa. Ao chegar perto da fronteira, a empresa de ônibus diz que a gente deve descer para fazer o trâmite no escritório de migração do México. Já viu The Walking Dead? Então, imagina que pra cada passageiro do ônibus que descia tinha 10 guatemaltecos, muito gentis e prestativos, querendo fazer câmbio de dinheiro, e "segurar" o seu passaporte pra fazer o trâmite. Vi eles fazendo com todos os passageiros do ônibus, e uma vez que praticamente arrancavam da mão o passaporte, só devolviam depois que você pagasse 1 mil, 1.500 pesos mexicanos, algo como 300 reais. Comigo só não aconteceu porque lugar de passaporte é na cueca. Uma vez feito o trâmite na migração do México, segue um caminho de uns 200 metros que é literalmente terra de ninguém, até carimbar na Guatemala. Era umas 6 da manhã, e eu estava mais ligado que nunca. Nada como uma adrenalina do risco de vida hehehe. O ônibus estava esperando-nos no lado guatemalteco e de lá seguimos. Ao meio-dia cheguei, por fim, à Cidade da Guatemala.

Foto: Google.

Cidade da Guatemala.
Sem dúvida um lugar peculiar, o menor e mais pobre país no qual já estive. E nem por isso desinteressante de ser visitado. A capital do país é dividida em "Zonas", 25 pra ser mais exato, onde fica muito facil localizar-se, tudo é "Rua 22, 10ª Avenida". Eu fiquei hospedado na Zona 1, perto do Palácio Nacional, do Banco da Guatemala e do Ministério do Turismo, o INGUAT, onde fui chorar uma passagem de avião pra voltar pra casa, mas o que fizeram por mim foi dar uma carona de graça até a fronteira, quatro dias depois. Nunca fui tão bem tratado. Aliás, estive na Embaixada Brasileira na Guatemala ver se rolava um aviãozinho, e a situação da Embaixada tá bem difícil, falta dinheiro até pra pagar a luz do emponente prédio localizado no meio da Zona 10. Resolvido o problema da volta pra casa, fiz o que sempre faço sempre que chego a uma nova cidade: jogar a mochila no hostel e andar pela cidade.

A Cidade da Guatemala é cortada por uma rota histórica muito bem sinalizada, que começa na Zona 2, em um extremo da cidade, e termina na Zona 13, em outro. O primeiro ponto dela é o Mapa en Relieve (Mapa em Relevo), como o próprio nome já diz, um mapa em relevo da Guatemala de uns 500m², onde dá pra ter noção de onde se localiza cada departamento - não estados, como o Brasil ou México - e ter a noção de como estão delineadas as fronteiras com o México e Belize ao norte, e Honduras e El Salvador ao sul.

A Guatemala "vista" de cima. 

Daí segui para a Plaza Mayor de La Constitución, onde está localizado o palácio nacional do governo, e onde, no sábado seguinte ao que eu saí da Guatemala, teve o maior protesto da história do país, pedindo a renúncia do presidente, Otto Pérez Molina. O que pude ver foi um protesto de indígenas perto do Palácio do Governo.
Tem também o Paseo de La Sexta, localizada na Sexta Avenida, onde muitos artistas se apresentam, tinha uma tia muito louca dançando todos os dias lá às 18:00, e depois de quatro meses, vi negros, pois no México são simplesmente inexistentes haha, e é muito estranho isso. Passei pelo Palácio dos Correios, onde há um arco inspirado no Arco de Santa Catalina, localizado na Antiga Guatemala, do qual vou falar mais pra frente. Via de tudo pelas ruas, bodes, vendedores com lojas literalmente ambulantes, carregando manequins enquanto gritavam a quantos quetzales (moeda local) saía a roupa pra senhorita.

Vendedores ambulantes com manequins a postos no Paseo de la Sexta.

Mais adiante, estava o grande "cartão postal" da cidade, a Torre do Reformador, que é simplesmente a torre mais feia que eu já vi. É inspirada na Torre Eiffel, de Paris, apesar de ser sete vezes menor, e tem um sino no seu topo. Um monte de ferro retorcido feio bagarai.

Depois de tantas horas andando, claro que anoiteceu e eu não sabia mais onde ficava o hostel. Mais uma hora andando quase em círculo até achá-lo. Normal...

A Antiga Guatemala.
Essa sim é a parte mais bonita do país, "La Antigua" fica a duas horas da capital, e aí se vê muito mais turistas, de todos os lugares do mundo. Primeira capital da América Central, ainda conserva toda a beleza de uma ex-colônia espanhola parada no tempo.





Enfim, conhecer a Guatemala foi uma incrível experiência de cinco dias de muito sufoco, muito aprendizado, muita satisfação, conhecer novas palavras, novas pessoas, simplesmente sentar numa praça e ver as pessoas passando, aquelas pessoas tão diferentes que vivem num país tão pequeno e que tocam sua vida com um sorriso no rosto. Os alternativos tatuados na rua, o BRT cheio às seis da tarde, o salário que não dá pra nada. Quero muito voltar um dia, mas dessa vez pra conhecer a América Central inteira, da Guatemala ao Panamá. Já tenho amigos no Ministério do Turismo que com certeza me arranjam uma carona grátis. Um país tão humilde que me deixou tão mais rico. Gracias por tanto, mi Guate. Guat's up? Guatever... Eu volto hein, eu juro que volto.

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